18 maio 2007

Os Casais entendem-se cada vez Menos

Homem é homem, mulher é mulher.

Feitos para se casar - e para se separar.

No Brasil os casais convivem cada vez menos com quem acham que não vale a pena.

Os pedidos de separação cresceram, principalmente porque aumentou o número de motivos pelos quais as pessoas decidem romper.

Antes da década de 70, as alegações para o divórcio eram coisas bem concretas: infidelidade, dificuldades financeiras, violência doméstica, negligência do lar - enfim, "argumentos de homem".

A partir da década de 80, as queixas passaram a incluir quesitos menos palpáveis, daqueles "típicos de mulher".

Atualmente, "falta de entrosamento", "falta de sensibilidade", "falta de comunicação" são alegações comuns.

E segundo o IBGE, em mais de 70% dos processos de separação não consensuais, justamente os mais dolorosos, a iniciativa é feminina.

Estariam as mulheres, como sempre, complicando as coisas?

Para a terapeuta Terezinha Feres Carneiro, a dificuldade das mulheres de se comunicarem com seus parceiros e de se fazerem entender, ocorre porque homens e mulheres não falam a mesma língua.

Num trabalho executado pela psicóloga Andréa Seixas Magalhães, perguntou-se a vinte casais carioca, o que eles entendiam por "casamento".

A resposta de 95% das entrevistadas foi: "uma relação de amor".

A de 100% dos homens foi: "constituição de família".

São visões diferentes que levam a frustrações diferentes.

"As mulheres encaram a separação como conseqüência do fim do amor. Para a maioria dos homens, o fato de a relação não ser um mar de rosas não justifica o rompimento; bem ou mal eles têm "família", avalia Andréa.

Homens e mulheres pensam diferente, reagem diferente, têm expectativas diferentes, e, sem uma boa dose de compreensão e boa vontade mútuas, não há união que resista ao embate de "la diference", por mais que a ela se dê vivas.

Quais são estas diferenças?

O clássico "Homens São de Marte, Mulheres São de Vênus", manual de auto ajuda escrito por um homem, John Gray, e dirigido principalmente às mulheres, faz uma listinha básica.

Primeiro, homens são concretos, oferecem soluções e não ligam para sentimentos.

Mulheres são Abstratas, oferecem conselhos e orientações que eles não querem ouvir.

Homens quando têm problemas, afastam-se e ficam matutando sozinhos.

Mulheres querem sempre conversar sobre o que as incomoda, a elas e a eles também

Homens precisam sentir-se necessários. Mulheres necessitam sentir-se "acalentadas".

Homens e mulheres usam as mesmas palavras, mas de forma diferente: eles levam tudo ao pé da letra; elas são dadas a superlativos e generalizações empregados apenas para reforçar seu ponto de vista.

No quesito intimidade, homens de vez em quando precisam afastar-se; mulheres exigem contato constante, às vezes mais, às vezes menos, mas sempre exigem.

Tem mais. Mulheres, admita-se uma vez por todas, falam mais mesmo: 25000 palavras por dia, contra 15000 dos homens, segundo pesquisa feita na Inglaterra.

E por serem como são, propensas a porem emoções nas palavras e a expor dúvidas, vira e mexe usam sua capacidade de falar para "discutir a relação"- coisa que faz o homem tremer, em geral, por ele achar isso absolutamente desnecessário.

Eles, nessas ocasiões, são verdadeiras "portas" e basta um olhar um pouco mais atento da esposa, para perceber que o marido, no segundo minuto daquela conversa séria, está longe, longe.

"As mulheres têm grande necessidade de se comunicar. Elas parecem estar mais dispostas internamente a enfrentar os problemas e suas conseqüências,

Já o homem se dispõe menos a entrar em contato com seus sentimentos e fogem da discussão dos mesmos problemas", conclui Terezinha Feres Carneiro.

Juntem-se a elas outras tantas diferenças e está feita a bolha que faz desandar a maioria dos casamentos - agora mais do que nunca.

Depois de separados, segundo uma pesquisa feita pela psicóloga Constance Ahrons, nos Estados Unidos, 24% dos casais se tornam inimigos mortais; 26% mantém as conversas obrigatória, mas vivem às turras; 38% se tratam civilizadamente. Só 12% continuam amigos de verdade.

Entretanto, apesar do aumento do número de separações e dos problemas que eles acarretam, nada indica que eles e elas não queiram mais se casar.

"O casamento deixou de ser uma função social para se tornar uma fonte de gratificação pessoal", diz Terezinha.

"Ou seja, casamento hoje em dia é tão importante que ninguém quer ter um ruim".

E assim, de busca em busca, homens e mulheres continuam se encontrando e se separando.

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