Afinal até em matéria de contestação laboral estamos atrasados ...
Na Europa ainda na altura a 15 membros, somos o que temos a mais baixa taxa de sindicalização.
Somos também um dos países da Europa com a mais baixa conflitualidade laboral.
Em Portugal entre 2000 a 2004 foram “perdidos”, em greve, cerca de 20 dias de trabalho por mil trabalhadores, enquanto que a Aústria (80 dias), Noruega (75 dias), Hungria, Filandia, Dinamarca ... apresentam mais dias de reinvidicação!
Será que é possível dissociar o nível de vida das pessoas destes países com a sua capacidade de reinvidicação?
Não será melhor lutar por melhores condições?
Qual será o outro caminho?
Alguns dos seres que nos cercam têm horizontes que acabam no fim da rua onde moram …
Nunca compreenderão a beleza dos valores da Liberdade, Igualdade e Fraternidade, uma das máximas mais importantes para a construção do mundo moderno.
Solidariedade é coisa que lhes passa ao lado!
Preferem a sociedade do TER à do SER.
A importância do “Poder do Agora” é muito bem explicada por Eckart Holle … e por quem nele vê alguém que nos pode ajudar:
http://jomasipe.no.sapo.pt/poderagora.htm
O livro “Olhos do Deserto” do poeta Marco Lucchesi diz-nos, entre outras mil coisas, que Lucchesi, durante a sua travessia por dunas de areia e gargantas de pedra, invoca os filósofos neoplatónicos e os metafísicos, Leibniz e Novalis, o Oriente primordial, de Apolo e Dioniso, e o Oriente cristão, de Jesus e os apóstolos, além de mais uma centena de referências que funcionam como cortes fulminantes na noite solitária.
A factura das invocações é dupla.
Ora resulta em imagens sem originalidade, ora em clichês como:
"Pertenço a estas rochas e estas rochas me pertencem",
"Deus é o primeiro poeta a redigir o livro do mundo", e;
"O deserto tem os seus desafios. O deserto tem os seus riscos. As suas pequenas mortes. O deserto tem as suas vertigens. Como suportar essas forças?" …
… ora em achados belos e vigorosos como:
"Somos logonautas perdidos em mares metafísicos",
"Ó dor, não ouses chamar-te dor! Despe-te, dor, de tuas dores!", e,
"No islamismo reza-se de pé, como uma árvore; de joelhos, como um homem; prostrado, como uma pedra: e assim três reinos se perfazem numa dimensão".
Não há um fio condutor único a percorrer todas as secções e capítulos desta obra.
Há, isso sim, uma unidade mítica, representada ora pelo deserto enquanto local ideal de peregrinação, ora pelo próprio peregrino enquanto representação, para as diversas religiões aqui envolvidas, da condição do ser humano na Terra.
É vestindo a pele de peregrino, uma segunda pele sobre a do moderno homem sul-americano, sedentário por tradição, e adoptando para si o nome árabe Al-Hajj Abdaljamil (um segundo nome), que poderia ser traduzido por algo como "o que procura o belo para servi-lo", que Lucchesi propõe-se a verter em conceitos ocidentais o que seria a sua busca interior de conhecimento e liberdade.
Agora sinto que sou um peregrino do Deserto a percorrer um determinado caminho, ao invés do percurso que me desejam tanto impôr… apenas um peregrino que vivendo do Deserto, conhecendo-o, e aspirando todos os dias com o Paraíso, não quer (voltar a) caminhar em direcção a um Inferno!
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