Hoje quando acordei tive a lucidez de pensar na pobreza de um país ...
Será possível que, num país onde se praticam dos salários mais baixos da Europa, facto que até podia ser apresentado por qualquer idiota aos chineses como uma vantagem competitiva, uma classe privilegiada de gestores possa auferir salários anuais de vários milhares de euros, salários esses que duplicaram entre 2000 e 2005, no mesmo período em que o aumento salarial médio dos trabalhadores foi de 15,7%?
Isto num país onde, em 2006, os salários baixaram 0,9% em valores reais.
Isto num país em que os trabalhadores perderam, em 2006, poder de compra como não acontecia há 22 anos.
Isto no país cujo Produto Interno Bruto (PIB) per capita, 20 após a adesão à CEE, está ao nível a que se encontrava, 64,7% da média da zona euro.
Em 1989, o mesmo indicador era de 64,2%.
20 anos perdidos e muitos milhões de euros provenientes das ajudas comunitárias delapidados.
Isto num país cuja classe política não é responsabilizada nem tem vergonha na cara.
Um Só Ares goza a fortuna acumulada, outros reformados são altos funcionários internacionais, o pensionista Silva é presidente da cooperativa democrática, o aposentado Compaio passeia-se pelo mundo, etc., etc..
Isto num país em que as grandes reformas governamentais, se resumem a desmantelar o Estado Social, a agravar a carga fiscal e a cobrar com celeridade, quem é que acredita que existe um país assim?
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