Quando o assunto é satisfazer uma mulher e falar o idioma do amor, sexo oral deveria ser a língua oficial de qualquer homem. Como já escreveu a psicóloga Lou Paget: "Pergunte às garotas e a maioria delas vai admitir, se for honesta: o que as faz chegar lá, da maneira mais intensa e arrebatadora, é um parceiro que sabe usar a língua". Embora eu seja Ph.D. em sexologia clínica, escrevo aqui como um praticante, um homem que conhece e ama sexo oral, sabe da importância desse tipo de estimulação para o prazer feminino e desenvolveu um método para levar as mulheres ao orgasmo.
NÃO ME ENTENDA MAL: não sou um Casanova ou um don Juan escrevendo para posar de conquistador. Pelo contrário. Passei grande parte da minha vida sofrendo de ejaculação precoce, e conheço a humilhação, a ansiedade de quem não é capaz de satisfazer uma mulher. Portanto, meu objetivo é ajudar outros homens a desenvolver certos hábitos sexuais que vão levá-los a sofrer menos do que eu ou, talvez, a não sofrer.
Minhas primeiras incursões no sexo oral aconteceram como forma de compensar minha disfunção sexual. Eu também acreditava que o "jeito certo" de um casal chegar ao orgasmo era com a penetração. Mas descobri que essa prática não era inferior à outra. Aliás, em muitos casos era superior, porque muitas mulheres só chegam lá recebendo estimulação clitoriana persistente e rítmica.
Li um artigo da colunista de sexo Amy Sohn em que o primeiro conselho é: "Um homem vai lá para baixo. Sem desculpas. Sem hesitação". Mas, uma vez ali, o que fazer?
Qualquer terapeuta sexual diria que a maior queixa de suas pacientes é a dificuldade de atingir o clímax durante o contato do pênis com a vagina. E a solução para isso não é simplesmente aumentar o tempo das preliminares, e sim transformá-las no próprio ato de fazer amor.
Não significa que sou contra a penetração. Sou apenas a favor do prazer mútuo e do adiamento do gozo masculino até que a mulher tenha o orgasmo primeiro. É um dos maiores presentes de amor que um homem pode dar a uma garota. Portanto, mulheres primeiro, rapazes!
clitóris, muito prazer
"Botão do amor, pérola rosa, amêndoa"... Doce ilusão. Existem mais coisas sobre o clitóris do que seus olhos conseguem ver. Ele tem três componentes — a cabeça, a parte intermediária e a base que se estendem pela região pélvica. Há estruturas escondidas na parte interna da vagina e outras visíveis, que compreendem toda a área da vulva, do osso púbico até o ânus. Para você ter uma idéia, existem 18 partes clitorianas já identificadas. Com cerca de 8 mil nervos, o clitóris tem mais estruturas fibrosas do que qualquer parte do corpo humano e interage com outros 15 mil nervos que irrigam a pélvis.
sabor único
Segundo um estudo sobre sexualidade masculina, quase metade dos homens que afirmam gostar de sexo oral preocupa-se com a limpeza feminina, associando a prática ao mito de que a genitália cheira mal. Raros são aqueles que compartilham o ardor de Napoleão por saborear uma cassolette (palavra francesa para caixa de perfume e usada coloquialmente para descrever o aroma único de uma mulher). "Não se lave. Estou indo para casa!", disse ele a Josephine quando voltava do front para Paris. Na realidade, essa região é dotada de um sistema autolimpante — e é mais higiênico do que muitas partes do corpo, incluindo a boca. Além disso, cada mulher tem um cheiro e um gosto diferente. Algumas são mais doces, outras mais picantes; há ainda as mais neutras.
Existe certa vulnerabilidade no ato que devemos respeitar e honrar. Afinal, a garota está se expondo para ser vista, cheirada, saboreada e tocada, está permitindo a exploração de uma parte do corpo que ela mesma deve achar misteriosa. Portanto, é preciso entender três coisas: o sexo oral também deixa você excitado; não deve haver pressa durante o ato (ela tem todo o tempo do mundo); e, por fim, o cheiro de uma mulher é provocativo; o gosto, poderoso. Viva a vulva!
certo e errado
Antes de "descer", tenha certeza de que sua posição permite uma performance impecável. Os filmes pornô podem nos dar a impressão de que qualquer jeito é bom. Em geral, o que assistimos está longe de corresponder à realidade. As campeãs da inadequação para esse fim são a 69, a que ela se senta sobre seu rosto e a em pé, contra a parede, porque não dá para usar muito bem as mãos, ou é difícil mover a língua sobre o clitóris, ou as pernas dela ficam tensionadas.
O ideal é que ela esteja deitada de costas, com as pernas levemente separadas, e relaxada. Para ajudá-la, coloque um travesseiro atrás da cabeça e do bumbum. É importante que você tenha bastante espaço e também fique confortável. Posicione-se verticalmente na frente da vagina e certifique-se de que esse jeito dá a você total liberdade para fazer vários movimentos: lamber por um longo período de tempo, escorregar os dedos para baixo do bumbum dela, roçar suas pernas, colocar a mão sobre seu estômago. Sexo oral envolve mais do que simplesmente usar a língua. Você precisa colocar o rosto todo lá — nariz, boca, lábios, dentes.
a degustação
Pense no contato inicial da sua boca com a vagina como se estivesse provando o primeiro gole de um vinho caríssimo. Cheire e saboreie o buquê, admire o corpo. Corra os dedos pelo púbis, chupe os lábios vaginais com a boca cerrada, isto é, sem usar a língua, respire sobre a vulva e assopre de leve a cabeça do clitóris. Se ela ainda estiver de calcinha, beije-a sobre o tecido e puxe-o delicadamente, até que se revele. Mas, cuidado, nunca, em hipótese alguma, assopre dentro da vagina, pois é extremamente perigoso. Pode causar embolia e levá-la à morte.
Depois do toque inicial, dê as primeiras lambidas no clitóris, longas e duradouras, como se ele fosse um sorvete. É hora de mostrar que pode ir mais longe — muitos homens cometem o erro de pular para a reta final, sem antes correr a maratona. Trata-se de fazer agora o jogo do provoca-e-pára. Sinta sua língua percorrendo a vulva e... interrompa os movimentos. Depois... faça contato de novo, devagar, da base ao topo da vagina, roçando o clitóris com a lateral da língua. Volte para a vulva, pare outra vez. Não pressione muito e não se detenha em nenhuma parte específica. Mantenha o ritmo. Cada ciclo de estímulos deve durar aproximadamente dez segundos, repetidos durante três minutos. Então, varie os estímulos com lambidelas, da base até a metade da vagina, evitando a cabeça do clitóris para não superestimular a região (lembre-se de como é sensível). Concentre-se na parte interna dos lábios. Dessa forma, estará "negando" atenção ao órgão do prazer dela para fazer com que "implore" por você. Só nesse momento dê o que ela pede: pressione levemente a ponta da língua sobre a cabeça, como se fosse uma onda banhando-a. Continue por cinco segundos.
o pré-orgasmo
Agora, sua viagem está chegando ao ponto máximo. Você acaba de atravessar os limites da cidade. Bem-vindo a Orgasmópolis! Um dos maiores desafios nessa fase é simplesmente saber segurá-la na posição correta e ajudá-la a sustentar o toque ideal do clitóris com a sua boca. É muito comum acontecer de uma mulher sair de seu estado de excitação bem na hora em que o orgasmo está prestes a chegar. Portanto, você deve ser constante e persistente.
O clímax dela poderá se perder facilmente se você não colocar suas mãos na postura ideal (uma sob o bumbum e a outra no canal vaginal), pressionar os lábios sobre o clitóris e continuar os movimentos ritmados com a língua. Então, uma vez que ela atingiu o pré-orgasmo, una as pernas dela o máximo possível para facilitar que seus músculos pélvicos entrem naquele estado involuntário de espasmos. Se os joelhos estiverem muito afastados, não será possível que chegue lá. Não se preocupe em não ter espaço suficiente para estimulála há, de sobra. Nesse ponto, quanto mais apertado, melhor. Lembre-se de que a cabeça do órgão é uma parte externa da vulva e fica mais próxima do púbis que do interior da vagina.
Quando ela estiver perto do ápice, suavize a pressão e diminua o ritmo para prolongar o prazer e criar tensão sexual. Vá com calma e, então, deixe que o orgasmo dela venha até você. Quando ela chega primeiro, ela chega sempre!
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