Entre o prazer do estômago e o acender do desejo existe apenas o passo incontornável do instinto.
Quando uma mulher rejeita o convite de um homem para jantar, isso não significa que ela tenha falta de apetite pela comida, mas provavelmente não está interessada no homem que lhe apresentou tal proposta.
O segredo das carícias é o impalpável e muitas das vezes isso está relacionado com os preliminares, ou seja, tudo aquilo que se faz antes de nos perdermos nos braços daqueles que gostamos.
Ter uma receita com os ingredientes certos não é suficiente. É preciso saber fazer, ainda que não seja necessário que a outra pessoa veja como se faz.
Mas acompanhar a sua confecção também pode constituir uma oportunidade para nos conhecermos melhor e a partilharmos gostos, nem que seja pelos ingredientes que irão ser colocados, uma vez que se trata de um acto desibinidor.
Para além disso, é necessário um dom para se fazer um excelente prato.
Mas quem não tem esse dom parece-me ser razoável fazer tudo por tudo para demonstrar à outra parte que está disposto a mostrar-lhe a sua admiração por esta faceta da vida e nada melhor que o tal convite arriscado que pode transformar duas vidas numa só.
O olfacto deve chegar à essência daquilo que se tem entre mãos e a cozinha exige um verdadeiro acto de amor na confecção de cada prato.
O meu gosto pela comida afrodisíaca tem mais a ver com o prazer de fazer amor do que pela comida em si, ainda que esta última possa influenciar o estado de espírito quando posteriormente o faça.
Cada prato que é levado pelas nossas mãos tem que levar este instinto implícito.
Em viagens à volta do mundo, fui descobrindo ingredientes e especiarias que ajudam o "instinto" a libertar-se.
O objectivo da comida afrodisíaca é o de inundar naturalmente os sentidos e cultivar o desejo selvagem que, na maioria dos casos, se encontra adormecido ou escondido, e não propriamente dar um excessivo valor à comida em si, mas sim dar atenção a todos os pormenores que nos são dados pela pessoa que nos acompanha à mesa.
O hedonismo é necessário para tudo, tanto para comer bem como para amar bem.
O prazer é maior quando as coisas acontecem no seu devido momento, e este processo inicia-se quando a comida nos chega pela 1.ª vez à boca e sabe tão bem que já pensamos no passo seguinte.
Na cama o desejo chama-se "líbido" e na cozinha corresponde a "fome".
A líbido e a fome têm um aliado comum: A imaginação ...
É lindo quando duas pessoas têm imensa vontade de se comerem, não achas?Sugestão conforme o tema:
Restaurante Afreudite.
Morada: Passeio das Garças, lote 4.39, loja 1J. Parque das Nações. Lisboa.
E-mail: afreudite@netcabo.pt
Telefone (Reservas): 21 894 06 60 / 93 894 06 60.
Horário: De Segunda a Sábado, a partir das 20:00 horas.
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