Quando a paixão toma conta do coração, a pessoa tem a ilusão de que encontrou a sua metade.
É por isso que, quando se vive uma paixão, cada um tem a sensação de plenitude, de integração, de poder até compartilhar o sonho.
Esse é o grande "nó" das relações da paixão: Atribuir a felicidade ao outro, acreditar que o amor faz parte do outro.
Mas ... não será o contrário?
A pessoa a quem se ama não pode ser responsável pela felicidade da outra, mas co-autora dessa história.
Outro obstáculo para a vivência de uma paixão, é a expectativa diferente que homens e mulheres possuem desse estado de entrega.
A mulher apaixonada tem a coragem de viver mais intensamente este estado de ilusão.
Mas porquê a ilusão, se cada um fica feliz e satisfeito? Porque essa emoção, não se mantém por muito tempo.
E isso ocorre porque a paixão é muito diferente do amor.
O que temos de entender é o que há por trás disso tudo.
As pessoas estão atrás da necessidade de carinho, atenção, aprovação, cuidado, protecção, etc.. É como se o outro fosse preencher o vazio que ela tem.
Muitas vezes até preenche, mas não de forma verdadeira e duradoura, apesar de ser intenso durante a fase da paixão.
A paixão só pode ser integradora se a pessoa percebe que o gostar está em si, não no outro.
Podemos dizer, até, que este é o caminho para o amor: "Não posso amar o outro se não gosto de mim ..."
É preciso, primeiro, procurar esse amor no fundo de si mesmo. É preciso, primeiro, amadurecer para construir o amor em que haja compreensão, troca e cumplicidade.
E a partir daí, cuida da forma. Do jeito, do gesto.
Cuida do cuidado, ou seja, cuida do carinho, com carinho.
Cuida primeiro de ti. Ama-te para seres capaz de gostar do próprio amor, pois só assim tu serás capaz de ser feliz e fazer o teu amor feliz.
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