02 setembro 2007

Quando as rochas da praia ...

... se calam para ouvir as minhas conversas de monólogo solitário consigo apurar o verdadeiro sabor do vento ...


Sexta-feira, Março 26, 2004

Ao sabor do vento...

É duro, não é?

Olhas à tua volta e não vês mais do que o mar,

Eterno e intemporal,

Com o seu ondular constante,

O seu lamento tumultuoso,

E tu

Sozinho no meio, flutuando como uma pena

Ao sabor do vento,

Percorrendo montanhas e vales,

Desertos e cidades,

Sem resistir à direcção imposta, flutuando

Docemente, calmamente...

Custa-te, mas tem de ser!

Não podes, não consegues lutar!

Resistência é um mero pensamento

Que te assombra ocasionalmente...

Duro é ver-te!

Olhar-te como se olha a dança das folhas no Outono.

Como se do alto te esticassem a mão e tu fugisses,

Actuando como a borboleta, que foge à rede

Do inocente coleccionador.

Que te oferece a inacção?

Que prazer tiras do não fazer?

Será pois tua acção o bolinar,

Ou será teu pecado, somente, não lutar?

Fonte:

http://www.pena.com-palavras.com/2004/03/ao-sabor-do-vento.html

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