24 setembro 2007

O Partido das Mulheres – Feminismo revisitado – Case Study na Polónia.

Fontes:

http://www.polskajestkobieta.org/

Lisboa, dia 10 / 08 / 2007

Feminista cria partido e desafia os Kaczynski.

Escritora de 42 anos diz que o país está farto de instabilidade.

"Quero que as mulheres sejam tratadas como cidadãs de pleno direito na Polónia", disse Manuela Gretkowska, escritora e feminista famosa, quando em Dezembro de 2006 fundou um novo partido, o das Mulheres, que também é aberto a homens.

Numa altura em que o cenário de eleições antecipadas paira sobre a Polónia, o novo partido conta já com o apoio de 50% das mulheres polacas, algumas delas ouvintes da ultracatólica e anti-semita Rádio Maria. E assume-se como um dos novos desafios que os irmãos gémeos Kaczynski, no poder, terão de enfrentar.

Formada em Antropologia Medieval, em Paris, Gretkowska é autora de livros polémicos, que tratam temas considerados tabu no que toca à sexualidade feminina. Num dos seus livros uma personagem tem dois clítoris, escreveu o Corriere della Sera, lembrando que a escritora também é colunista e assina com frequência artigos na imprensa polaca.

"[Os Kaczynski] perseguem os ex--comunistas, mas comportam-se como eles. Também eu tenho as minhas obsessões, mas limito-me a plasmá- -las nos meus livros. Para mim a democracia é liberdade, transparência e respeito pelas regras. Para eles, que amiúde se comportam como se fossem histéricos, é algo muito diferente".

Gretkowska, de 42 anos, diz que, graças ao Presidente e ao primeiro- -ministro, "vivemos num estado de beligerância permanente. Os gémeos Kaczynski [Lech e Jaroslaw] vêem inimigos por todas as partes e estão sempre na trincheira. Não precisamos de guerras ideológicas, mas de normalidade. E nela, as mulheres polacas, discriminadas desde que nascem até que se reformam, devem reconquistar a sua dignidade e lutar no Parlamento".

A feminista que até 2006 nunca tinha tido actividade política, segundo o Warsaw Voice, propõe aumentar as reformas das mulheres, criar maternidades públicas decentes, tornar obrigatórios exames periódicos para as mulheres e financiar os contraceptivos e os tratamentos de infertilidade. Actualmente, apenas quatro tipos de contraceptivos são co-participados pelo Estado.

Gretkowska, cujo partido é tratado pelos seus críticos como "um grupo de idiotas", quer uma nova Solidariedade, "não a político-sindical, de Lech Walesa, mas uma solidariedade existencial, mais profunda, através da qual as mulheres verão finalmente reconhecido o seu papel e enterrado um modelo patriarcal pri- mitivo". Apesar de tudo, não se tratada de uma revolta, pois, esclarece, "não somos escravas".

http://dn.sapo.pt/2007/08/10/internacional/feminista_cria_partido_e_desafia_kac.html

http://blog7fm.blogspot.com/2007/09/mulheres-de-partido-poltico-aparecem.html

http://www.jornaldamidia.com.br/noticias/2007/09/19/Mundo/Membros_do_Partido_das_Mulheres_p.shtml


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