05 setembro 2007

A verdadeira grandeza de uma pessoa é medida … pelo impacto que ela tem nas vidas de outras pessoas?

A inspirada frase está no site do Ministério sul-africano da Saúde, a abrir o perfil da ministra Manto Tshabalala-Msimang, e pode ter várias interpretações, nem todas do agrado da ministra.

Mas não deixa de ser verdade – não é qualquer um que se pode ‘orgulhar’ de ser o visado por uma carta assinada por mais de 80 cientistas e médicos de fama mundial, incluindo um Prémio Nobel. O problema é quando o objectivo da carta é pedir a sua demissão por incompetência... Se a isto juntarmos as recentes acusações de alcoolismo, roubo e abuso de poder, ficamos com uma imagem ainda mais preocupante de uma pessoa que é a responsável máxima pela saúde de 47 milhões de pessoas.

A ministra sul-africana da Saúde tornou-se internacionalmente conhecida pela sua política contra a sida. Ou, mais concretamente, pela ausência da mesma... Durante anos, Manto insistiu – e mantém a opinião, embora mais discreta – que uma alimentação equilibrada, à base de beterraba, alho e azeite, é mais eficaz no combate ao VIH que os medicamentos anti-retrovirais.

A defesa desta política desastrosa num país com 5,5 milhões de pessoas infectadas pelo VIH chocou a comunidade científica e esteve na origem da tal carta assinada por cientistas e médicos a exigir a sua demissão. Valeu-lhe, também, a alcunha de ‘Doutora Beterraba’ e o descrédito a nível mundial. Salvou-a, na altura, o apoio do presidente Thabo Mbeki, seu amigo de longa data.

Manto viu-se ainda envolvida em outro escândalo, este relacionado com a sua própria saúde e a forma como encara o cargo que exerce. De acordo com o jornal sul-africano ‘Sunday Times’, Manto é uma alcoólica crónica, e teve no ano passado que ser submetida a um transplante de fígado devido a uma cirrose. Na altura, a versão oficial foi de que a ministra sofria de hepatite auto-imune, e o caso foi abafado, mas o jornal teve acesso aos registos médicos da ministra, que confirmam, não apenas o seu alcoolismo, mas também o facto de ela se ter valido da sua posição para passar à frente de centenas de pessoas que aguardavam um transplante. Além disso, não parou de beber até quase à hora da operação e retomou o hábito logo a seguir, segundo alega o jornal, adiantando que, quando trabalhava num hospital do Botswana, nos anos 70, ela foi acusada de roubar pertences dos doentes e expulsa do país.

Indiferente a estas graves acusações Mbeki reiterou a sua confiança na ministra e recusou abrir qualquer inquérito, apesar das pressões da oposição.

Fonte:http://www.correiodamanha.pt/noticia.asp?id=255260&idselect=91&idCanal=91&p=200

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