Alguém que desconheço disse um dia que "Um homem não deve contar a sua vida tal como a viveu, mas vivê-la da forma como a contaria.".
Penso que é sempre muito difícil contar o resumo de uma vida em todos os seus múltiplos pormenores e complexidades.
Ninguém o fez até hoje porque tal tarefa humana é impossível uma vez que o tempo necessário para a contar devidamente implicaria prescindir de a ter vivido.
Tal facto limitativo também ocorre com os post´s colocados neste blogue que nada dizem da vida de quem os escreve, dando apenas meros indicadores da personalidade que sustenta a sua existência mundana.
Se fosse possível revelar os pormenores de uma vida teria necessariamente que se descrever os detalhes íntimos da personagem que a sustenta.
Apesar de tudo, será sempre preferível contar a verdade do que viver de uma ilusão.
Aliás, o que eu sempre te contei acerca de mim revela um determinado caminho que vai sempre em direcção a ti porque "Aimer ce n´est pas se regarder l´un l´autre, mais regarder ensemble dans la même direction" como já nos dizia Antoine de Saint-Exupéry em obras que ambos lemos na nossa tenra idade em que começávamos a descobrir o fabuloso mundo da literatura e de outras vidas escritas por pessoas tão diferentes de nós dois.
Tivemos a sorte de ler os melhores fragmentos de vidas contadas por outras pessoas, de aprender os melhores ensinamentos sobre o que é o amor e posteriormente o discernimento de tomar a decisão correcta quanto ao rumo da nossa viagem conjunta, sem cair em delírios ou grandes fascínios alheios.
No livro "Enemies of Promise" de Cyril Connolly dizia-se que "Todas as pessoas fascinantes têm algo a esconder: Geralmente a sua total dependência da apreciação dos outros".
Creio que aqui não errámos. Não somos duas pessoas fascinantes, mas temos a consciência de queremos viver lado a lado, na inteira dependência de um e de outro, sem falsos segredos.
O segredo está nos nossos corações que decidiram afortunadamente escolher o caminho da busca da verdade e do amor.
Quando Degas afirmou que "arte não é o que vês mas o que fazes os outros verem" não estava a referir-se à arte como vida.
Descobrimos que a nossa vida éfemera só vale para nós dois e é justificada enquanto existir amor, e ao que dizem os sábios este sentimento é para sempre.
Quando estávamos enamorados esquecíamo-nos dos problemas, quando reconhecemos o amor um do outro desprezámos os problemas, as doenças, a morte, num estado "Zen" profundo, anestesiado face ao que os outros poderiam pensar, ver ou nos fazer.
A nós foi-nos concedida uma oportunidade única que só foi possível de ser aproveitada pelo facto de ambos querermos nos amar intensamente para sempre.
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