RESPOSTA DA MINHA AMIGA:
Claro que não li o livro… e tenho pena!
Já conhecia a história da Mrs. Edwards, pois a Oprah fez um programa com ela a que, casualmente, assisti.
Tens razão na influência da mente e do positivismo para sermos e estarmos melhores, mas porque será que estas pessoas todas que escrevem sobre a matéria não têm de se preocupar com a compra dos alimentos ao fim do mês, nem com o pagamento do IRS, nem como vão arranjar dinheiro para a prestação do IMI no próximo mês?
É tão bom pensar positivo e ter muita “narta”, não achas?
Ou estarei a ser demasiado pessimista?
A MINHA RESPOSTA À RESPOSTA DA MINHA AMIGA:
Bom dia, (minha amiga),
Comecemos pelo fim da tua resposta …
Não estás a ser pessimista porque sabes perfeitamente que és … realista perante os verdadeiros problemas.
Todos temos esses problemas e olha que existem muitos outros que felizmente não nos estão reservados.
Eu também tenho um IRS conjunto para pagar de centenas de euros e desejos tenho eu em receber logo a porcaria da notificação da DGCI para me ver livre deste problema. Quando o pagar é que terei a liberdade final de me esqueçer que tenho esta dívida a que não posso fugir e que já me tira a tranquilidade do sono, para além de outros problemas que contribuem igualmente para tal e que nem vale a pena aqui os elencar (estaria o dia todo nisto) … Mas pelo menos quando pagar o IRS, vejo-me livre deste problema, só deste, mas enfim deste!
Se tivesse a oportunidade de ficar com o dinheiro dos impostos, como nos bons velhos tempos dourados da condição solteira, podia até ser muito mais feliz é verdade … Até parece que existe alguém lá em cima no poder que nos quer ver a todas solteiras ou divorciadas … Talvez seja isso que leve esse alguém friamente a não se casar ou a amar verdadeiramente outra pessoa, mas não é disto que eu quero falar.
Agora vem a coincidência com a tua vida: Eu também vi o mesmo programa da Oprah que tu referis-te e olha que quando começou a dar, fiquei vidrada na vida daquela mulher, e quando me apercebi já estava a ver outro drama da vida: 2 mulheres que tinham perdido os respectivos maridos nas torres gémeas em Nova Iorque que foram alvo do atentado aéreo terrorista, e que aprenderam uma grande lição que eu também aprendi: As mulheres não querem saber de nenhuma guerra ou injustiça, mas sim dos seus filhos, da sua educação, da sua alimentação, do seu crescimento saudável, da sua alegria de viver, resumindo da felicidade delas e dos filhos.
E estas 2 mulheres, em vez de odiarem os terroristas, passaram a querer ajudar as mulheres que se encontram na mesma situação no Afeganistão e que têm que mendigar no meio da rua ou às vezes mesmo até a prostituirem-se com os filhos ao colo ….
Angariaram milhares de dólares, apoiam uma representação local de ajuda às mulheres viúvas afegãs, deslocaram-se até lá para perceberem o drama e dizerem às mulheres que como elas sofrem a mesma dor, que as compreendem e que as querem ajudar. É uma tomada de posição saudável e a iniciativa é de louvar.
Estas duas mulheres americanas são mais corajosas do que eu algum dia possa ser porque quando tenho que ir arrastada, sem nenhuma vontade, para o local de trabalho todos os dias, vejo sempre ao virar da esquina uma mulher como eu, mas uma mulher sem abrigo, com 2 carrinhos de compra, cheios de sacos plásticos e roupas velhas, com um cão e um gato, mas como sou uma miserável de uma religiosa cobarde não tomo qualquer iniciativa para a ajudar, apesar de ser religiosa e já não saber nada sobre o que é ser religiosa, mas afirmando contente e conformada que o sou, mesmo já não o sendo na verdade.
E aqui está a relatividade de todas as coisas que se imaginam ser fáceis de resolver.
Quando uma mulher nos EUA perde um marido, fica com todos os bens dele, ao passo que no Afeganistão, as mulheres ficam sem nada, os bens passam todos para os membros masculinos mais directos na família, passam a depender só delas para sobreviver e dar de comer aos filhos, e entram num ciclo vicioso que muito difícil conseguem sair.
Quando uma daquelas mulheres americanas falava ao telefone com outra mulher afegã descobriu o quanto é díficil a uma mulher quando fica viúva e com 5 filhos nas mãos sobreviver e ter uma segunda oportunidade de algum dia vir a conhecer outro homem que as deseje, as ame e respeite os seus filhos. E ficaram ambas, de nacionalidades diferentes e em países situados entre si no oposto do mundo, a saber que a sua essência feminina se encontrava abalada com um problema comum que não tinha fronteiras, sim porque o sofrimento do coração ultrapassa este pequeno mundo quanto se trata de sentimentos humanos.
O que estou a falar é que também eu tenho problemas, mas é bom partilhar a maneira de como, às vezes, os podemos contornar, ultrapassar e resolver, porque muitas das vezes os problemas dominam-nos tanto os pensamentos que não nos deixam ver as soluções óbvias que outras pessoas, perante a vivência dos mesmos, os conseguiram vencer.
Existem amigas minhas que se surpreendem quando lhes falo desta maneira, despertando uma certa sensibilidade e visão dos problemas que se lhes encontra adormecida, porque a sua carreira executiva não lhes permite parar um pouco para reflectir sobre o que verdadeiramente interessa partilhar.
Gosto deste lado escondido e reservado de contar estas coisas neste blog porque me liberta um pouco do que sou e com quem me relaciono e tenho o privilégio de conhecer.
Hoje como é já 6.ª feira, desejo-te um bom fim de semana.
O autor do blog
Fontes:
http://www.beyondthe11th.org/
http://www.care.org/newsroom/articles/2006/09/20060926_hawa_widows.asp
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