09 junho 2008

Porque é que o preço das coisas que eu como tende a aumentar constantemente?

Possíveis desculpas para uma conferência de imprensa em que tu és a assessora do Ministro da Pasta …

Aumento da Procura – O boom económico de alguns países emergentes, com a China e a Índia como cabeças de cartaz, tem resultado num enorme fortalecimento da procura por alimentos à medida que os consumidores destes países vão alterando os seus hábitos alimentares aproximando-os mais do padrão Ocidental.

Biocombustíveis – Com o petróleo a níveis historicamente altos o mundo tem procurado alternativas ao ouro negro, tendo-se virado para os biocombustíveis, com destaque para o etanol. Este facto tem levado a que muitos agricultores tenham deixado de cultivar para fins alimentares, passando a cultivar para produzir combustíveis. Eis uma das causas primárias para a subida do preço dos alimentos e, sem dúvida, uma das mais contestadas pela comunidade internacional que defende o abandono da opção dos biocombustíveis, se a sua produção implicar o consumo de bens alimentares ou a ocupação de terrenos férteis para cultivar produtos agrícolas não-comestíveis propícios à produção de biocombustíveis.

Aquecimento Global – Esta é uma das principais razões para as alterações climatéricas que temos assistido à escala global, com regiões a passarem por secas severas e outras a enfrentarem autênticos dilúvios. A instabilidade do clima tem levado a que nos últimos anos as colheitas tenham sido muito fracas, diminuindo a oferta de bens alimentares e logo colocando pressão sobre o preço dos mesmos.

Restrições às Exportações – Devido aos tumultos originados pela falta de alimentos, muitos dos países exportadores de bens alimentares estão a colocar restrições às suas exportações, de forma a conseguirem alimentar as suas populações. É o caso do Egipto, da China, Vietname, entre outros. Estas restrições têm diminuído em muito a oferta de bens alimentares no mercado mundial.

Investimento e Especulação – Devido à instabilidade no mercado bolsita, muitos investidores começaram a investir em bens alimentares (entre outras matérias-primas) como forma de refúgio financeiro e para fazer face à inflação e à forte desvalorização do dólar norte-americano face às principais moedas mundiais, na sequência dos cortes de taxas efectuados pela Reserva Federal norte-americana.

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