20 agosto 2007

A tese de doutoramento acerca do poder das mulheres na influência da substituição do futebol (masculino) por outros desportos partilhados numa relação

A sensação com que se fica hoje é que quando o Futebol tiver mais adeptos do sexo feminino do que masculino este desporto será renegado para outro plano pelos homens porque estes irão sentir-se envergonhados por gostarem de algo feminino.

Os homens podem finalmente sair da letargia em que estão mergulhados.

Se todos os dias, quando o sol se põe, somos ancestralmente tomados pela angústia de não saber se voltará a nascer na manhã seguinte, assim também os fanáticos do futebol ficam com os nervos em franja em tempos de abstinência de jogos, facto notório no mês de Julho e Agosto.

Há mulheres que fazem parte de claques e sabem distinguir um «fora de jogo» de uma «mão na bola» e outros feitos do género.

Eu sou a favor da tomada do poder feminino do último reduto masculino.

O slogan da campanha “Deixem os estádios aos homens” será o último grito de propaganda soltado em desespero pelos senhores do marketing.

Já não existe nenhum local onde os homens podem refugiar que se encontram entre os seus pares, falar no melhor vernáculo português e cuspir para o chão, sem o olhar reprovador de uma mulher.

Os barbeiros são unisexo.

As mulheres invadem os bares, e deixam os homens sem fala quando os assediam, mesmo aqueles que sempre fantasiaram ser abordados por uma mulher vestida para matar.

Foi preciso as mulheres terem coragem para quebrar progressivamente com o politicamente correcto, e anunciar que a existirem quotas nos estádios, ou mesmo no sofá em frente da televisão em dia de jogo, essas quotas se destinavam a reduzir o número de elementos do sexo feminino presentes, e nunca procurar a paridade.

As mulheres não se calam, e os homens não entendem a sua extraordinária capacidade de ver, ouvir e falar ao mesmo tempo.

Pior do que não entenderem, os homens são incapazes de as imitar.

Assim, de cada vez que a educação dos homens os obriga a responder às questões colocadas, pode ser um remate que se perde, ou um passo de magia irrepetível que lhes passa ao lado, e os torna incapazes de entender, após várias repetições e minutos passados após o apito do início da partida, se o árbitro afinal está ou não comprado, situação que é imediatamente detectada pelas mulheres logo nos primeiros segundos do jogo.

A obrigatoriedade de ir ao jogo é tradicionalmente na cultura nacional um pretexto fantástico para tirar umas horas de folga da patroa e dos miúdos, da sogra e dos tios que ao Domingo aparecem sempre para almoçar e vão ficando pela tarde fora.

Um homem não gosta de ouvir repetidamente e pela milionésima vez as doenças da mãe, o choramingar da tia que se queixa de que ele nunca a visita, ou os comentários cínicos da dedicada esposa que se queixa, logo ali à frente de todos os presentes, que ele já não lhe aquece os pés como antigamente.

Tudo isto pode estar perigosamente em vias de extinção, se as mulheres, donas do seu próprio destino, decidirem que gostam de futebol, apreciam o conforto das cadeiras do estádio, e até se deliciam com a visão do jogador alto e espadaúdo que acabou de entrar para a equipa, e que até parece capaz, ao contrário de muitos outros, de articular umas palavrinhas com sentido.

A partir do momento em que as mulheres tomarem esta iniciativa todos os Domingos podem ficar estragados para os homens, ou mesmo outro dia qualquer da semana.

As mulheres, se quiserem, conseguem fazer com que um homem, mesmo o mais fanático dos adeptos da modalidade futebolística, sinta vontade de rasgar o cartão de sócio, porque conhecem a arte da manipulação dos sentimentos dos homens com o objectivo de que estes convirjam a sua atenção somente para elas.

Existiria um desvio do local da satisfação da procura por um bem ou serviço informativo (futebol) para o centro comercial mais próximo de casa, onde aí os homens aprenderão a estoirar, ao invés do dinheiro dispendido na compra dos bilhetes dos jogos de futebol, das camisas de apoio à sua selecção, dos bonés, das chuteiras, da jóia mensal que era depositada todos os meses no clube na qualidade de sócio, etc., todo o seu saldo bancário em compras úteis para a casa e para as suas mulheres.

Impulsionados pelo espírito persuasivo das mulheres, os homens estão cada vez mais a falar dos seus sentimentos escondidos e reprimidos em relação àquela ideia do macho latino.

Cada vez mais há homens que se dispõem a trair a sua irmandade masculina, apresentando-se nas bancadas do campo de futebol com as respectivas mulheres, legítimas ou não, sem se importarem com o facto de serem socialmente sancionados pelos seus pares.

E esta revolução que começa a interiorizar-se na cabeça de muitos homens é obra imputável à constante insistência das mulheres.

Os próprios presidentes de clubes de futebol nem se apercebem deste tipo de poder que as mulheres exercem neles ao começarem a dar o exemplo de levar as suas almas gémeas ou não ao estádio cada vez que a sua equipa vai jogar.

Ora estas oportunidade estão cada vez mais a ser aproveitadas pelas revistas cor-de-rosa que são chefiadas, na sua maioria, por mulheres (Sim, porque a administração dos principais jornais ainda continuará por escasso tempo a ser liderada por homens).

As idas de presidentes e ministros da nação acompanhados pelas suas mulheres aos estádios fazem com que seja difícil a um simples homem comum dizer à sua mulher que tem lá em sua casa, que não pode ir, quando Ela sabe perfeitamente que tais acompanhantes de luxo não perdem um desafio de futebol.

Os dirigentes desportivos precisarão das suas sócias para viver abastadamente e eventualmente sustentar uma rotina de prazer debochado e de luxúria extravagante na companhia das suas amantes, razão pela qual quando prometem alargar a massa associativa, num qualquer país de gente desgraçada a sobreviver a crédito ... ...,

... ... não se podem dar ao luxo de fazer selecções de sexo, até porque os jogadores estão cada vez mais caros, e ainda por cima depois não rendem o que o clube que os transaccionou prometeu.

O futuro para os homens no capítulo futebolístico não se afigura risonho.

A solução passará por comprar lá para casa uns matraquilhos, ou quem sabe uma mesa de snooker ou de bilhar, para que os Homens nunca mais tenham recordações daquele jogo tão atrofiadamente primitivo a que se dava o nome de futebol.

Quem sabe se os Homens, nestes novos jogos saudáveis, não as ajudem mais, ao conviverem e falarem mais com elas à medida que, em conjunto, se divertem os dois e até as deixem ganhar quando aprenderem o modo como elas pensam e captem a sua sabedoria da manipulação instintiva.

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