Vou-vos falar de El Rei Dom Pedro I de Portugal.
Dom Pedro foi filho de Dom Afonso IV, um rei austero. Era assim um rei na linha de Manuela Ferreira Leite mas com menos preocupações com o deficit e mais com a estabilidade politica e militar do reino.
O seu pai, Dom Diniz e avô da nossa figura de hoje, rei que, se a "pastilha" ainda não vos dizimou o resto dos neurónios, se lembrarão, vos falei há umas semanas,e que tinha um filho bastardo (não sei se foi jornalista no continente) que se chamava Afonso Sanches.
Era o favorito do Lavrador, coisa que não agradava ao filho da Santa. Gostei desta!!!…Filho da Santa.
No entanto, numas directas quaisquer, Afonso, o filho legitimo do rei trovador, (trovador e putanheiro), acabou por ser aclamado o sétimo rei de Portugal.
Afonso Sanches, por herança de Dom Diniz, ficou com uma grande faixa de terras na raia portuguesa.
Ao princípio, Dom Afonso não ligou, porque o negócio do irmão eram bombas de gasolina, e com a diferença de preços que havia do outro lado da fronteira, sabia que mais tarde ou mais cedo aquilo estoirava.
O problema foi quando Afonso Sanches larga a actividade gasolineira e se dedica ao alterne. O tipo começa a crescer economicamente e começa a controlar as fronteiras com Castela, fazendo a vida negra ao irmão.
Bom, aí o rei agarrou nas tropas, chegou a Marvão e disse-lhe:
- Mano, ou agarras nas brasileiras e vais com elas para Castela ou apresento-te o Alfredo, o rabejador da Corte.
Nem pensou duas vezes.
Telefonou ao Reinaldo Teles para desfazer a sociedade e foi-se instalar do lado de lá da fronteira.
Depois disto, Dom Afonso casa-se com Dona Beatriz de quem tem vários filhos e filhas.
Uns morrem à nascença, outros duram pouco tempo, … há uma tal Maria que casa em Castela com o Rei AfonsoXI, mas que acaba com um par de cornos maior que uma vaca barrosã. Uma vida desgraçada, mas que seria nos dias de hoje, uma mina para o José Eduardo Moniz.
Pelo meio desta tragiconovela, nasce o nosso biografado de hoje, a 8 de Abril de 1320.
Dizia um cronista, e não estou a falar do Carlos Castro mas de Fernão Lopes, que sempre foi uma criança com problemas de saúde e gago como o caralho.
Cresceu e fez-se tão feio que o Petit ao pé dele pareceria o Brad Pitt.
Casou-se primeiro com uma tal Dona Branca que não sendo banqueira, como se pensava, ainda por cima era estéril. Além da imediata devolução à proveniência fez-se uma justíssima reclamação na DECO.
O que tornou este rei imortal, não foi o seu reinado, mas o romance que teve com a aia da sua segunda esposa, a Dona Costança.
A gaja era uma galega e chamava-se Inês de Castro, mas devia ter tanta consideração pela patroa como aquela que o Menezes acha que o Pacheco Pereira teve por ele, na Quadratura do Circulo.
É uma verdade que nesse buraco negro que têm coberto pelas rastas, não passa o que é a definição de moral e de ética, mas mesmo assim, afastadinhos, porque eu não gosto do hálito a canabinóides, vão-me responder se não acham que uma teenager, que vem de Cascos de Rolha, ao casamento da sua melhor amiga, e a primeira coisa que faz é meter-se debaixo do noivo, no mínimo, não é uma digna candidata a relações públicas do Elefante Branco?
Digam lá, se é ou não é?!!!... Pois, cala-te que também tens uma irmã que já deixou entrar mais gente que o elevador da Gloria.
Mesmo feiinhos, para príncipe ou jogador da bola, ter mulheres não é problema, e pronto, lá fez o filho à Dona Constança enquanto comia a Inês às escondidas.
Nove meses depois, e enquanto paria o futuro príncipe Fernandinho, Dona Constança morre.
Ninguém me disse, mas desconfio, que foi um alívio das caraças para Dom Pedro, pois, ainda a desgraçada não tinha arrefecido e já ele vivia com a sua amante, assim à descarada, para que se constasse.
O problema é que a Inês era duma família de fidalgos com muito poder junto do novo Rei de Castela, mais conhecido pelo "O Cruel", (vejam lá o calibre da besta), coisa que não agradava nada ao velho Dom Afonso IV "O Bravo" (pelo cognome também imagino o cavalo que não foi), pois o seu filho, futuro rei de Portugal, e que viria a ser conhecido na História como "O Justiceiro" (…é pá, com estes nomes, aquilo, naquela altura, era pior que Chelas à noite, com certeza…), estava a ser rodeado pelos irmãos Castro…
Não, estúpidos, não são esses!!!
Estes que vos estou a falar não corriam, … viriam a ser corridos.
Na TV 7Dias, saiu a notícia do casamento secreto de Dom Pedro e Inês. A coisa complicava-se para o velhote. A facção Castro, que era assim uma espécie de santanistas na península Ibérica na Idade Média, punha em causa o equilíbrio político que Dom Afonso manteve com os reinos vizinhos.
Ora, com um verdadeiro sentido de Estado e desígnio nacional, Dom Afonso IV manda chamar Diogo Lopes Pacheco, Pêro Coelho e Álvaro Gonçalves com a missão patriótica, não de proceder à reforma da administração pública, mas de limpar o sebo à cabra da Inês.
E assim foi. Dom Pedro que tinha ido para caça ou para a "puta que o pariu", deixou a rapariga sozinha no Convento de Santa Clara e aqueles três cabrões, a 7 De Janeiro de 1355 mataram a cachopa.
No outro dia, o príncipe compra o Correio da Manhã e depara-se com aquelas letras pretas e mais gordas que o Jô Soares a dizer:
Inês de Castro barbaramente assassinada em Coimbra.
Depois com letras mais pequenas prosseguia:
A fidalga foi esquartejada selvaticamente na presença dos filhos que ainda estão em estado de choque e a serem acompanhadas pelo pedopsiquiatra Pedro Strech.
Dom Pedro, que dispensou os serviços da judiciária, culpou de imediato o pai pela morte do amor da sua vida.
Ainda tentou ajustar contas com o velhote na hora, mas como sabia que o cadeirão do poder estava por pouco tempo, esperou.
No ano de 1357, é coroado e a primeira medida que tomou não foi aumentar o IVA, nem fechar urgências hospitalares, mas vingar-se dos tipos que tinham assassinado a lambisgóia da Inês.
O Diogo Lopes Pacheco ainda conseguiu dar à sola, mas os outros dois bem se lixaram, numa operação stop montada pela GNR.
Segundo cronista Fernão Lopes, que consta, tomava o pequeno-almoço, almoçava, jantava e ceava todos os dias no Gambrinus com o Vasco Pulido Valente, Dom Pedro era um gajo que cagava nas férias judiciais.
Então, assim que os bandidos lhe foram apresentados nos Paços de Santarém, armou logo ali o Tribunal da primeira instância, o da Relação, o Supremo e o Constitucional e constitui-os arguidos.
Amarrou os dois gajos, cada um a seu poste e enquanto comeu e bebeu, assistiu ao show sempre espectacular do esventrar do réu.
Para acabar, assim como quem se delícia com um digestivo, mandou uma trincadelazinha em cada um dos corações dos tipos, que lhe foram servidos numa bandeja em alumínio, por exigência da ASAE.
Depois da vingança mandou transladar o corpo da Inês de Coimbra para o Convento de Alcobaça, num mega cortejo fúnebre a fazer lembrar aquele anúncio da Galp em que se empurra o autocarro da selecção.
Diz quem assistiu que foi uma coisa nunca vista, a que não faltaram carpideiras aos gritos pelo Cristiano Ronaldo, membros do clero e da nobreza em traje de pesar, homens com cinza na cabeça, (foda-se), escudeiros a cavalo com tochas acesas e um franciscano com uma enorme cruz de pinho. Ah, claro, tudo devidamente controlado pelos batedores da GNR.
Quando chegou a Alcobaça com a Inês, que já tinha esticado o pernil há uns meses largos, e estando já um pedacito pior que a Lili Caneças, coroo-a ali (ela de dentinho arreganhado para o povo) Rainha de Portugal, e obrigou a quem lá estava a beijar-lhe a mãozinha cheirosa.
Portanto, meus tansos, digam lá aos papás que ao pé disto, políticos a fumar atrás de cortinas de aviões é lavar o cuzinho com água de rosas.
O resto do reinado, tirando o facto de estar constantemente a despachar processos judiciais e de não se ter metido em confusões, não teve assim interesse de maior.
Governou só dez anos, mas mesmo assim, mais que o Guterres, Durão e Santana Lopes juntos. Morreu a 18 de Janeiro de 1367. Paz à sua Alma,...mas que era um maluco do caralho, lá isso era.
Do blog "O último pingo".
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