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Machico, Madeira - Mais de 20 toneladas de areia importadas para construir praia.
Areia foi importada do Norte de África para construir a nova praia de Machico.
O governo madeirense decidiu contrariar a geologia do litoral da ilha e investiu três milhões de euros para importar 22 mil toneladas de areia amarela do Norte de África para construir mais uma praia artificial em Machico.
Em declarações à agência Lusa, o secretário regional do Equipamento Social, Santos Costa, salientou que tudo começou com o sucesso de um primeiro projecto, na Calheta, na zona oeste da ilha da Madeira, em 2004.
"Pareceu-nos ser aquilo que as pessoas desejariam usufruir em termos de praia e tem sido um sucesso reconhecido por muita gente, sendo frequentada por madeirenses e visitantes", argumentou.
O governante insular admite que este tipo de projectos tem "qualidades e também defeitos", sendo processos que vão sendo "consolidados, afinados e aprimorados quando são aplicados a uma região que tem um litoral com características próprias, limitações e constrangimentos".
Acrescenta que na execução da praia de areia amarela em Machico "procurou-se colher ensinamentos do que foi a experiência na Calheta e avançar para uma solução melhorada e aperfeiçoada", apesar de serem em zonas com características diferentes.
Visto que a região não tem areia amarela, excepção feita ao Porto Santo de onde não podem ser retiradas grandes quantidades "para manter o equilíbrio da ilha, temos de ir buscar onde existe, neste caso no Norte de África", diz.
"A areia que tem vindo a ser usada na Madeira vem do norte de Africa, da zona do Saara Ocidental", explica, adiantando que para a praia de Machico o inerte foi transportada em cerca de "meia dúzia de barcos de diferentes dimensões", devendo o transporte ficar concluído esta semana.
A nova praia de areia amarela em Machico deverá abrir ainda este ano, provavelmente em Setembro, terá cerca de 125 metros de extensão e 70 metros de largura, mas a maior parte da zona balnear, a "margem direita, continuará a ser de calhau", garantiu.
Santos Costa realça que foram feitas obras específicas, como molhes de protecção, para "conter areia", referindo que na sequências dos temporais violentos poderá ser necessário, importar mais para efectuar recargas.
O responsável madeirense garante ainda que a qualidade da areia importada está "devidamente comprovada e verificada".
Sobre a razão que levou o governo a avançar para este tipo de acabamento final numa zona balnear, em detrimento das praias de calhau, Santos Costa sublinha a importância de corresponder aos anseios das populações, destacando que "não é uma coisa inédita ou original", pois existem casos do género em Canárias.
"Muitos nos habituámos e gostamos das praias de calhau, mas temos de reconhecer que é muito mais confortável ter uma área de areia para aceder ao mar", refere, argumentando que hoje as pessoas procuram "maior conforto, eficácia, qualidade, nível de serviço em todas as infra-estruturas"
Santos Costa menciona não existir outro projecto idêntico de momento delineado pelo Governo Regional, "tudo dependendo das opções políticas que venham a ser tomadas em termos de futuro nesta matéria".
Mas esta solução "é sempre possível em qualquer zona litoral que tenha apetências para poder constituir-se como zona balnear" refere, enunciando a apetência que os madeirenses têm por este tipo de praia ao dar como exemplo o "belíssimo" areal com cerca de nove quilómetros no Porto Santo, que leva milhares aquela ilha, e que "merece e tem contado com a intervenção do Governo para proteger esta mais-valia".
Admite que têm surgido críticas à criação a estas duas praias de areia amarela artificiais por parte daqueles que "preferiam que fosse usada areia preta ou fossem deixadas naturalmente como estão".
"Os Governos devem ter a capacidade de interpretar o desenvolvimento necessário de uma região como a nossa, nas diferentes vertentes de actividade humana, e o seu papel principal é satisfazer as populações", destaca.
"Machico não tinha uma zona balnear consolidada e foi importante fazer todo um trabalho de valorização do litoral e de toda a frente-mar. Estaca faltando a parte balnear de acessibilidade ao mar. A nova praia vai valorizar a baía e permitir atrair mais gente para aquela cidade", declara.
Santos Costas conclui realçando que ao redor da ilha da Madeira existem algumas praias naturais de areia escura, de acordo com a formação geológica, vulcânica da ilha, e outras instalações balneares que não são praias e "vão continuar a existir as de calhau, o que se está a fazer é dar uma alternativa mais confortável às pessoas".
LUSA, 22-09-2008 10:54
Fonte:
http://sic.aeiou.pt/online/noticias/pais/Mais+de+20+toneladas+de+areia+importadas+para+construir+praia.htm
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