25 agosto 2008

O que é, na prática, a infidelidade?

É um mito ou crença que traduz apenas a percepção que um conjunto de opiniões pode ditar a realidade.

Ninguém se importa em saber se os homens são mais infiéis do que as mulheres ou se as mulheres são mais infiéis do que os homens.

O que toda a gente quer saber é se a pessoa com quem anda é lhe fiel ou não, e como se detecta a infidelidade a tempo antes que tal seja uma causa para a ruína de uma relação que se pretende, em princípio, para toda a vida.

O paternalismo que condiciona a vida de uma mulher é muito conveniente ao parceiro masculino e contraria o privilégio do aventureirismo masculino, sempre custoso e doloroso à parte feminina.
Se, por exemplo, nos fizerem acreditar que os homens são mais infiéis do que as mulheres, tal é porque já nos conformámos com o tal mito que a diz que mulher tem que ser bem comportada, asséptica e de boas maneiras ...

Pois é, mas na prática, em 2008, este tipo de mulher já não existe.

O problema nem é o da própria infidelidade em si, mas o que tal facto gera à sua volta quando, por exemplo, sabe que ele existe, mas finge intencionalmente que é um problema passageiro que o tempo irá resolver.

Há muitas mulheres que sabem que estão a ser enganadas pelos seus maridos mas preferem continuar com eles e não pedem o divórcio.

Porque é que isto acontece?
Para manter as aparências, por cobardia ou passividade, é o resultado de um estoicismo sofisticado, é o desejo de salvaguardar uma aparente dignidade, para conservar o status económico, etc., para o quê?

A grande hipocrisia do nosso mundo actual nos relacionamentos entre casais é a existência de infidelidade com consentimento: O cônjuge enganado sabe que o outro lhe é infiel, e este outro está ao corrente que o cônjuge enganado sabe disso também.

Este tipo de conveniência matrimonial, na minha opinião, é uma realidade podre.

Repousa no princípio da reciprocidade. Por exemplo, Se tu tens uma amante, então não te importas que gaste o saldo disponível do teu cartão de crédito nas compras que faço para o meu guardo fato.

O casamento traz certas vantagens e certas mulheres para que o materialismo é o único fim a alcançar na vida costumam dissociar ideias abstractas e fúteis como o amor ou a paixão alcançarem determinados interesses pessoais neste comprometimento singular a dois.

Cada vez mais vejo, infelizmente, mulheres que consideram que o casamento funciona como um “contrato de emprego” para poderem (vir a) pagar ao fim do mês a escola, a empregada doméstica, as prestações do carro e o acesso a um sono que lhes é apenas tranquilo se não tiverem que ir para a cama preocupadas com a falta de dinheiro para pagar os empréstimos da casa hipotecada ao banco, o carro tão útil para o seu trabalho e para levar as crianças à escola ou para irem às compras, etc..

Bem, para mim, infidelidade é, antes de mais, ser-se uma mentira para si mesmo, e admito que haja por aí muitas mulheres para quem a vida é uma mentira.



Enquanto tu pensas sobre se és ou não fiel, eu por cá ando à procura de inspiração para o amor da minha vida, numa ilha à beira mar na Malásia … e muito mais poderia ser dito sobre o assunto que faz o título deste post, mas agora, minha amiga, é tempo de viver.














O autor do blog.

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