Eu se quiser faltar ao trabalho numa 6.ª feira para aproveitar um fim-de-semana prolongado com um feriado na 2.ª feira arrisco a ter uma falta injustificada e ir para o desemprego.
Contudo, de situação completamente diferente e especial gozam as deputadas que não querem ir para o Parlamento à 6.ª feira.
Porque é que isto acontece?
Bem, primeiro, porque tu e eu deixamos isto acontecer, e, segundo, porque vivemos numa ditadura política, em que já não existe um verdadeiro governo, nem uma forte oposição política, ou seja, não há política nenhuma neste país, e as mulheres que andam neste meio gozam de poderes e privilégios virtuais, sem qualquer tipo de fiscalização administrativa ou popular, porque criaram um sistema que não tem mecanismos de auto-controlo, de regulação ou de vigilância democrática em que tu e eu possamos tomar uma acção que legitime o nosso "BASTA!".
A deputada que quer ir para os Alpes franceses para ir esquiar na neve com os seus 3 filhos tem direito a faltar na 6.ª feira para regressar ao Parlamento apenas na 3.ª feira seguinte, não contribuindo nada para este país durante 4 dias, aproveitando antes para tratar de negócios privados e de assuntos pessoais de lazer!
Se uma trabalhadora de um supermercado ou da função pública pretender faltar numa 6.ª feira para levar o seu único filho menor de idade (sim porque os seus rendimentos não lhe permitiram sonhar em ter mais do que um filho) ao Centro de Saúde, porque se demora mais de 4 horas para se ser atendido e tem que se desperdiçar mais de metade de um dia de trabalho nesta porcaria de serviço público, quando chegar na 3.ª feira, poderá muito provavelmente já ter sido despedida e encabeçar a lista dos 500.000 desempregados que este país tem em finais de 2008 e cujo número não sensibiliza nenhuma deputada.
A diferença disto tudo é que existem duas realidades completamente diferentes no mesmo país para mulheres que estão na política e para mulheres que não são políticas.
As mulheres que andam na política não têm qualquer sensibilidade, respeito e conhecimento dos problemas com que se defrontam todas as outras mulheres deste país que têm que conviver com uma realidade que lhes asfixia qualquer liberdade de ser, pensar e estar.
E, no fundo, o que qualquer mulher pretende não é um dia vir a ser política ou deputada, mas ter tempo, saúde e dinheiro suficientes para amar os seus filhos. E é apenas isto que as mulheres que são deputadas ou políticas não compreendem, nem nunca compreenderão, porque só pensam nelas próprias, nos seus egoísmos e materialismos mesquinhos.
Fonte de inspiração:
Deputado do PSD diz que quem está desmotivado deve pedir substituição
Guilherme Silva: Ausência de deputados nas votações é "inaceitável"
08.12.2008 - 13h08 Lusa
O antigo líder parlamentar do PSD Guilherme Silva considerou hoje "inaceitável" que os deputados faltem às votações por motivos "menos justificáveis, como lazer ou outros" e sugeriu que estes peçam a sua substituição.
Guilherme Silva falava hoje durante uma entrevista ao Rádio Clube Português, a propósito da ausência, sexta-feira - véspera de fim-de-semana prolongado - de 30 deputados sociais-democratas numa votação.
Os 30 deputados estiveram ausentes durante a votação dos projectos de resolução da oposição pela suspensão do processo de avaliação dos professores.
Na altura, e questionado à saída do plenário se a ausência de três dezenas de deputados do PSD na votação não terá sido decisiva para o 'chumbo' dos diplomas, o actual líder parlamentar dos sociais democratas, Paulo Rangel, considerou que a falta dos parlamentares sociais-democratas "não teve relevância para a votação".
Hoje, Guilherme Silva revelou-se indignado com as faltas dos deputados, adiantando que não há nada que "justifique a irresponsabilidade de uma ausência e de uma ausência num momento relevante".
"Se houve alguém que quis ir mais cedo para um fim de semana prolongado e irresponsavelmente se ausentou, isso é condenável e absolutamente inaceitável", disse.
Aos microfones do Rádio Clube Português, Guilherme Silva aconselhou: "Quem está desmotivado e não se sente capaz de exercer o mandato com o grau de responsabilidade à altura do estatuto deste cargo, simplesmente pede a substituição".
"As regras são assim: Até podem renunciar ao mandato. Não podem é tentar conciliar soluções pessoais, menos justificáveis, de lazer ou outras, com a irresponsabilidade de faltar a uma votação", disse, concluindo que "isso é que não é aceitável".
Fonte:
http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1352418
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