Governo congela salários por 20 anos!
Numa atitude de elevada prepotência e desrespeito pelos parceiros sociais a que este Governo já nos habituou com outros projectos de diplomas legais, foi divulgada na comunicação social a futura tabela remuneratória da Administração Pública, sem que dela desse conhecimento prévio aos seus destinatários: os trabalhadores.
Este é mais um instrumento que, articulado com a panóplia de diplomas legais que alteram o enquadramento da actividade dos trabalhadores e dos serviços da Administração Pública, vem precarizar, reduzir a motivação e, acima de tudo, pretende enganar os trabalhadores e a opinião pública.
Aos Técnicos do Estado, por exemplo, o Governo apresenta uma futura tabela que integra 14 posições remuneratórias com um limite inferior mais baixo e um limite superior mais elevado do que os limites da tabela actual.
Contudo, se atendermos às futuras regras de mudança de posição remuneratória (promoção que, para a generalidade dos trabalhadores, corresponde à acumulação de 10 pontos, ou seja, 10 anos de "Desempenho Adequado"), verificamos que um trabalhador que ingresse na carreira (posição remuneratória 1), terminará a sua carreira com, pelo menos, 40 anos de serviço na posição 5 (numa tabela que prevê 14 posições remuneratórias!).
O Governo promoveu o congelamento dos vencimentos desde 2005 e agora pretende prolongá-lo por mais 20 anos!!!
O Governo quer enganar os trabalhadores da Administração Pública e os portugueses, criando a falsa sensação de que os "privilegiados" funcionários públicos têm vencimentos elevados, criando posições remuneratórias inatingíveis para a generalidade.
É que, em simultâneo, o Governo cria novas posições salariais nas carreiras, abaixo das hoje existentes! O que se traduz num claro abaixamento das remunerações.
A isto há que juntar a precarização, decorrente da inexistência de quadros de pessoal, substituídos por mapas de pessoal e susceptíveis de serem alterados a todo o tempo, com o envio de trabalhadores para os supranumerários (uns) e para o desemprego (outros).
Fica assim aberto o caminho para um abaixamento generalizado das remunerações de todos os trabalhadores, como alguns pseudo-empresários pretendiam há já algum tempo.>>.
Anónimo
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