25 abril 2008

Obrigado Mafalda por me teres ensinado uma das tuas lições de vida e de amor ....

Geme o restolho, triste e solitário

a embalar a noite escura e fria

e a perder-se no olhar da ventania

que canta ao tom do velho campanário

Geme o restolho, preso de saudade

esquecido, enlouquecido, dominado

escondido entre as sombras do montado

sem forças e sem cor e sem vontade

Geme o restolho, a transpirar de chuva

nos campos que a ceifeira mutilou

dormindo em velhos sonhos que sonhou

na alma a mágoa enorme, intensa, aguda

Mas é preciso morrer e nascer de novo

semear no pó e voltar a colher

há que ser trigo, depois ser restolho

há que penar para aprender a viver

e a vida não é existir sem mais nada

a vida não é dia sim, dia não

é feita em cada entrega alucinada

prá receber daquilo que aumenta o coração

Excerto da canção de Mafalda Veiga, “Restolho”.

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