As principais universidades europeias estão a ponderar a possibilidade de todos os segundos ciclos do ensino superior passarem a ser leccionados em inglês nos países signatários do Processo de Bolonha, revelou hoje o ministro da tutela.
Numa conferência de imprensa realizada no âmbito da reunião de Alto Nível sobre "A Modernização das Universidades na Europa", que decorre hoje em Lisboa, Mariano Gago apontou as principais questões levantadas por algumas universidades europeias durante a manhã.
Um desses pontos centrou-se no Processo de Bolonha e na forma como este acordo gerou uma grande separação entre o 1.º ciclo (licenciatura) e o 2.º ciclo (mestrado), sendo que a «tendência é para internacionalizar» mais este último, já que Bolonha permite uma maior mobilidade.
Segundo o ministro, na reunião da manhã, responsáveis das principais universidades europeias afirmaram que «estavam a considerar activamente que todos os segundos ciclos passassem a ser leccionados em inglês», reservando-se para o primeiro ciclo a língua de cada país.
06/11/2007, 16:55 horas.
Lusa
http://www.destak.pt/artigos.php?art=5350
http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?section_id=61&id_news=303157
http://www.portugaldiario.iol.pt/noticia.php?id=875839&div_id=291
Escolas europeias querem mestrados em Inglês.
Os segundos ciclos do ensino superior, equivalentes aos mestrados, poderão ser leccionados exclusivamente em Inglês nos países que aderiram ao Processo de Bolonha. A possibilidade foi anunciada ontem pelo Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Mariano Gago, e será discutida no próximo conselho europeu de Educação, em Dezembro.
A solução, que serviria para facilitar a circulação internacional de alunos do ensino superior, após a frequência de um primeiro ciclo (licenciatura) na língua materna, foi referida por Mariano Gago numa conferência de imprensa à margem da reunião de alto nível sobre "A Modernização das Universidades na Europa", que decorreu ontem em Lisboa. Segundo explicou o ministro, na reunião matinal deste evento, os responsáveis das principais universidades europeias referiram estar a "considerar activamente" a generalização do Inglês aos segundos ciclos.
Contactado pelo DN, Luciano de Almeida, presidente do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP), criticou esta possibilidade: "Sou favorável à realização de mestrados em várias línguas, mas nunca à adopção de uma única para todos. Isso seria o equivalente a fazer do Inglês o idioma oficial da União Europeia", criticou.
"Defender língua materna"
Para o presidente do CCISP, "os Estados devem defender a sua língua de origem" e "países como a Itália, a França, a Espanha e a Alemanha nunca aceitariam" a possibilidade de impôr o inglês nos mestrados.
Ao DN, fonte do gabinete do ministro explicou que este "se limitou a dar conta das propostas apresentadas pelas universidades europeias" e que esta é "apenas uma" das hipóteses que serão discutidas no conselho europeu de Educação.
Não foi possível ouvir o presidente do conselho de reitores das universidades portuguesas.
com Lusa
http://dn.sapo.pt/2007/11/07/sociedade/escolas_europeias_querem_mestrados_i.html
Nota Final:
Sexta-feira, 14 de Setembro de 2007
Católica quer globalizar Direito com mestrado “inglês”
publicado por Jornal de Negócios • 14:22
É um par de pressupostos: “não é possível ensinar hoje o Direito como se ensinava há trinta anos, que é exactamente aquilo que a maior parte das universidades faz”;
“o problema da globalização não é uma realidade que afecta apenas aspectos financeiros ou económicos”.
Os conceitos são lançados pelo director da Faculdade de Direito da Universidade Católica, Luís Fábrica, e sustentam as motivações que levaram a instituição a apostar num novo mestrado, totalmente leccionado em inglês.
http://campus-textos.blogspot.com/2007/09/catlica-quer-globalizar-direito-com.html
Para além de ser necessário defender a Língua Portuguesa, há que pensar também naqueles alunos, porventura os mais velhos, que estão mais aptos para o francês e o português do que para o inglês.
ResponderEliminarOlá Lilith!
ResponderEliminarAgradeço-lhe o comentário que deixou relativamente ao meu post sobre os novos desafios que se colocam ao mundo académico.
Tive a oportunidade de ler igualmente o seu post intitulado “Ensino Superior” que publicou na terça-feira, 6 de Novembro de 2007, no seu blog http://lunar-lilith.blogspot.com/. – Lunário.
Infelizmente também me coloquei na mesma situação que a sua ao questionar-me sobre o facto de existirem licenciados que não escolheram a língua inglesa, nem a praticaram durante todo o seu percurso de vida até ao momento crucial em que decidem frequentar um Mestrado …
Pressuponho que esta medida seja inevitavelmente um reflexo perfeito dos efeitos colaterais negativos do fenómeno da globalização na vida de muitas pessoas, caso não haja ninguém com capacidade governativa decisória que se interesse por conservar a identidade cultural e linguística dos cidadãos que num determinado país querem evoluir e aprender.
Cumprimentos,
O autor do blog
Por mim, até concordo com tal possibilidade e não tenho qualquer problema em que o inglês passe a ter uma predominância sobre as restantes línguas... e porque não?
ResponderEliminarE mais não digo...
Beijinho :)
Boa noite, Shelyak,
ResponderEliminarFace a tantas e possíveis posições sobre a aceitabilidade de uma determinada língua estrangeira, distinta da língua materna ou nacional, obrigatória nos futuros Mestrados para efeitos de dissertação da tese, colocam-se aqui as seguintes 2 questões para motivar a capacidade crítica de cada um de nós sobre esta matéria:
1.ª) Porque é que não se institui o chinês ou o alemão como língua oficial nos Mestrados em todas as Universidades da União Europeia, em vez do recurso à língua anglo-saxónica como única alternativa à harmonização da forma de expressão e comunicação da tese em qualquer espaço universitário comunitário, na medida em que, por exemplo, já em 1999, já se ouvia dizer por uma reputada empresa de consultadoria (Andersen Consulting) que a língua chinesa e alemã iriam dominar a conversação nos negócios internacionais nos próximos 50 anos?
2.ª) Na Turquia, a língua curda é proibida de ser reproduzida, escrita ou falada, nos meios de comunicação social dentro daquele país, pelo que, em alternativa, os curdos promovem a difusão e a emissão de programas televisivos e de rádio a partir de canais e empresas sediadas fora da Turquia.
Será que eu posso a vir a sentir as amarguras de ser um "curdo" no meu próprio país a partir do momento em que for instituída a obrigatoriedade do inglês nos Mestrados dentro da Comunidade Europeia, e ser obrigado a partir para um qualquer País Africano de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) para concretizar a minha dissertação na língua portuguesa e posteriormente, após ter obtido o grau de Mestre, ser convidado para dar aulas num curso de pós-graduação numa qualquer Universidade da Comunidade Europeia, onde aí até poderei ter o direito a expressar-me em português e impôr, à revelia de tanta ineficiência, a contratação de um serviço de tradução nas minhas aulas para converter a linguagem aos meus alunos de Mestrado (e se a moda pega até mesmo aos de Doutoramento)?
Haveriam muito mais questões sobre este problema, mas por agora pensemos nas possibilidades que existem de tal solução (adopção do inglês nos Mestrados) gerar ainda mais problemas...
O autor do blog