«Conheço pessoalmente, e de perto, a situação e sei que a Ana Maria tem total e definitiva incapacidade para o trabalho, pelo que o meu apelo vai no sentido de a deixarem em paz de uma vez por todas, porque neste momento o que ela mais precisa é de estabilidade para continuar a fazer a sua vida em casa, sem estar sujeita a toda exposição pública» , disse aquele deputado.
Abel Baptista reagia assim à decisão, hoje anunciada, da Caixa Geral de Aposentações (CGA) de indeferir o pedido de reforma antecipada de Ana Maria Brandão, 43 anos e funcionária administrativa na Junta de Freguesia de Vitorino de Piães, Ponte de Lima.
A Junta Médica de recurso que a examinou a 20 de Novembro concluiu que a funcionária não se encontra «absoluta e permanentemente incapaz» para o trabalho.
«Se os médicos que acompanham a Ana Maria dizem que ela está total e definitivamente incapaz para o trabalho, não se entende como é que a Junta Médica pode contrariar aqueles pareceres, com toda esta leviandade» , acrescentou o deputado democrata-cristão.
Abel Baptista vai enviar sexta-feira uma carta ao ministro das Finanças, pedindo-lhe que, «através de um acto administrativo qualquer, acabe com o sofrimento daquela mulher».
O Ministério das Finanças recordou que se trata de uma «decisão médica», escusando-se a tecer quaisquer outros comentários sobre o assunto.
Ana Maria Brandão já garantiu que vai interpor «de imediato» recurso judicial por considerar que se trata de uma «injustiça do tamanho do mundo».
«Se eu praticamente não me consigo mexer, se nem sequer me posso levantar da cama para ir à casa de banho, como vou trabalhar? De maca?» , questionou.
Garantindo que não se vai voltar a apresentar ao trabalho, confessou-se «farta» da exposição mediática a que teve que se submeter e da «completa devassa» da sua vida privada.
A 5 de Novembro, e após três anos de baixa, Ana Maria foi obrigada a regressar ao trabalho, tendo cumprido o horário laboral sentada numa cadeira e encostada a uma parede, sempre acompanhada pelo pai.
Nesse mesmo dia, e perante a exposição mediática do caso, o ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, anunciou que ela iria entrar novamente de baixa médica até que a CGA procedesse à reapreciação do caso.
Na ocasião, Teixeira dos Santos manifestou a sua «solidariedade» para com o caso de Ana Maria Brandão, sublinhando que «ninguém pode ficar indiferente e insensível» a uma situação destas.
«É obvio que a situação tem de ser reanalisada e reapreciada» , disse Teixeira dos Santos, acrescentando ter dado indicações à CGA para «proceder de imediato à reanálise» e para que a funcionária seja «submetida a novos exames clínicos».
No dia 20, Ana Maria foi avaliada por nova Junta Médica, no Porto, onde, segundo garantiu, não lhe fizeram quaisquer exames, «mas apenas muitas perguntas», nomeadamente sobre como começou a sua doença.
A doença surgiu depois de uma operação «mal sucedida» a uma hérnia discal, em 1998, no Hospital Distrital de Viana do Castelo, e obriga agora Ana Maria a usar dia e noite um colar cervical, além de uma braçadeira no braço direito e de uma cinta lombar.
«Nunca quis mexer neste assunto, mas agora a minha dor e a minha revolta são tão grandes que garanto que vou também processar o médico que me operou, que no fundo é o responsável pelo estado em que hoje me encontro» , disse.
Lusa / SOL
Fonte:http://sol.sapo.pt/PaginaInicial/Sociedade/Interior.aspx?content_id=69223
A CGA concluiu que a funcionária não se encontra «absoluta e permanentemente incapaz» para o trabalho.
Ana Maria Brandão, 43 anos e funcionária administrativa na Junta de Freguesia de Vitorino de Piães, Ponte de Lima, foi hoje notificada da decisão da CGA, mas garantiu que vai interpor «de imediato» recurso judicial por considerar que se trata de uma «injustiça do tamanho do mundo».
«Se eu praticamente não me consigo mexer, se nem sequer me posso levantar da cama para ir à casa de banho, vou trabalhar como? De maca?» , questionou.
Garantiu que não se vai voltar a apresentar ao trabalho, confessando-se «farta» da exposição mediática a que teve que se submeter e à «completa devassa» da sua vida privada.
A 5 de Novembro, e após três anos de baixa, Ana Maria foi obrigada a regressar ao trabalho, tendo cumprido o horário laboral sentada numa cadeira e encostada a uma parede, sempre acompanhada pelo pai.
Nesse mesmo dia, e perante a exposição mediática do caso, o ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, anunciou que ela iria entrar novamente de baixa médica até que a CGA procedesse à reapreciação do caso.
Na ocasião, Teixeira dos Santos manifestou a sua «solidariedade» para com o caso de Ana Maria Brandão e sublinhou que «ninguém pode ficar indiferente e insensível» a uma situação destas.
«É obvio que a situação tem de ser reanalisada e reapreciada» , disse Teixeira dos Santos, acrescentando ter dado indicações à CGA para «proceder de imediato à reanálise» e para que a funcionária seja «submetida a novos exames clínicos».
No dia 20, Ana Maria foi avaliada por nova Junta Médica, no Porto, onde, segundo garantiu, não lhe fizeram quaisquer exames, «mas apenas muitas perguntas», nomeadamente sobre como começou a sua doença.
A doença surgiu depois de uma operação «mal sucedida» a uma hérnia discal, em 1998, no Hospital Distrital de Viana do Castelo, e hoje obriga Ana Maria a usar dia e noite um colar cervical, além de uma braçadeira no braço direito e de uma cinta lombar.
«Nunca quis mexer neste assunto, mas agora a minha dor e a minha revolta são tão grandes que garanto que vou também processar o médico que me operou, que no fundo é o responsável pelo estado em que hoje me encontro» , disse.
O Ministério das Finanças escusou-se a comentar esta situação, frisando que se trata de uma «decisão médica».
Lusa / SOL
Fonte:http://sol.sapo.pt/PaginaInicial/Sociedade/Interior.aspx?content_id=69157
A funcionária pública de Ponte de Lima manifestou-se "aliviada" com a notícia de que vai entrar novamente de baixa médica e ficar em casa, mas lamentou que tenha sido necessário "tanto espalhafato" para a "reposição da justiça".
Ana Maria Brandão, 43 anos de idade, regressou hoje ao trabalho como funcionária administrativa na Junta de Freguesia de Vitorino de Piães, concelho de Ponte de Lima, por ordem da Caixa Geral de Aposentações (CGA), após três anos de baixa.
Apresentou-se ao trabalho equipada com um colar cervical, que é obrigada a usar dia e noite, uma braçadeira no braço direito e uma cinta lombar e cumpriu o horário laboral "quietinha", sentada numa cadeira e encostada a uma parede, dado que mal se consegue mexer.
"Tenho uma lombalgia e uma cervicalgia degenerativas. Se eu peço a reforma é porque sei que não tenho cura. Tomara eu poder sentir-me em condições de voltar ao trabalho e de fazer uma vida normal", desabafou.
Ana Maria Brandão não consegue escrever, virar uma página de um livro ou jornal, abrir uma porta, pegar numa pasta, andar mais de 20 metros sem ajuda ou ir à casa de banho sozinha, pelo que vai "trabalhar" sempre acompanhada pelo pai.
O ministro das Finanças anunciou hoje que Ana Maria vai entrar novamente de baixa e ficar em casa, até que a CGA reaprecie o caso.
Teixeira dos Santos, que considerou que "ninguém pode ficar indiferente e insensível a esta situação", lembrou, porém, que a decisão foi baseada em pareceres médicos.
"É obvio que a situação tem de ser reanalisada e reapreciada", disse o ministro, acrescentando ter dado indicações à CGA para "proceder de imediato à reanálise" e para que a funcionária seja "submetida a novos exames clínicos".
Até à reapreciação do caso, a Direcção-Geral de Protecção Social aos Funcionários e Agentes da Administração Pública (ADSE) recebeu instruções para que a funcionária continue de baixa médica e não tenha que se apresentar ao serviço na junta de freguesia.
© 2007 LUSA - Agência de Notícias de Portugal, S.A.
2007-11-05 18:25:03
http://ww1.rtp.pt/noticias/index.php?article=305715&visual=26
Sem comentários:
Enviar um comentário
Agradeço os seus comentários / Thank you for your comments.
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.