Já começam a existir demasiados casos de portuguesas que queriam ter sido mães mas devido às condições económicas e ao trabalho liberal sem escrúpulos não conseguem assumir a maternidade com o mínimo de dignidade.
E o que mais me horroriza nisto tudo é saber que outras mulheres conhecem perfeitamente esta realidade e não querem saber disto porque já têm condições suficientes para criar os seus 2 ou 3 filhos, não se importando minimamente se outras mulheres não podem ter filhos …
Já me dizia uma Professora que eu tive na Escola Secundária: “Ricas não são as mulheres que têm dinheiro. Ricas são aquelas mulheres que podem ter os filhos que quiserem.”.
E o problema é que se começa a instalar um grave conformismo social de que só as mulheres ricas é que podem ter direito a terem filhos …
O autor do blog
< “Com salários de 500 euros é impossível dar alguma qualidade de vida a um filho”, reage quando se lhe pergunta por que escolheu não ter descendência até ao momento. A instabilidade laboral, o trabalho precário e os abonos de família “ridículos” são as razões para Paula não ter filhos, embora frise que tem vontade de ser mãe. “A culpa é do Governo”, dispara, assegurando que, se o apoio estatal fosse justo, teria filhos com toda a certeza. “Se fosse como em França, que dão por cada criança um subsídio aos pais durante três anos, se houvesse incentivos, eu teria um filho, mas com salários de 500 euros é uma questão de responsabilidade, porque há coisas incontornáveis, nomeadamente a alimentação e as fraldas”, diz em vésperas do Dia Universal da Criança, que se assinala amanhã. Com mais um filho tudo muda. Também na casa dos trinta e a trabalhar numa empresa de Aveiro, Ana, casada e com um filho de três anos, conta que, provavelmente, não voltará a ser mãe. Para Ana, ter um segundo bebé implicaria “mudar de casa, mudar de carro e voltar a ter o ordenado congelado por pedir ausências para acompanhar o filho na doença”. “No Luxemburgo, por exemplo, tenho familiares que por terem um bebé recebem de presente 2 500 euros e, mensalmente, um subsídio superior ao ordenado mínimo nacional”, diz a jovem mãe. O ritmo dos dias de hoje também é um impedimento. “Se eu tivesse mais um filho dava em louca”, diz Ana, referindo que os horários laborais e o ritmo diário não permitem ter tempo para o mais importante: as crianças. Ana Luísa Amorim, 56 anos, funcionária em Faro numa empresa de capitais mistos, só teve uma filha, mas hoje reconhece que sente “falta de mais um descendente”. A incompatibilidade de horários com os do marido quando ainda trabalhava em Lisboa, a falta de tempo para estar com a filha e o dinheiro “contado” para o colégio são as causas que recorda por não ter tido mais filhos quando era mais nova. “Depois, perdi o comboio e não arrisquei com medo de complicações para a minha saúde e do bebé”, explicou.>> Fonte: http://www.readmetro.com/show/en/Lisbon/20071119/1/5/#
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