14 novembro 2007

A nova poesia resistente (do funcionário público e de outros tantos que sofrem por aí fora no mundo) ...

No primeiro diploma,
Congelaram as progressões,
Acabaram os escalões,
E não dizemos nada.

No segundo diploma,
Aumentam o tempo das reformas,
Mexem com todas as normas,
E não dizemos nada.

No terceiro diploma,
Alteram o sistema de saúde,
Há um controlo amiúde,
E não dizemos nada.

No quarto diploma,
Criam-se informações,
Geram-se várias divisões,
E não dizemos nada.

No quinto diploma,
Passa a haver segredo,
As pessoas vivem com medo,
E não dizemos nada.

Até que um dia,
O emprego já não é nosso,
Tiram-nos a carne fica o osso,
E já não podemos dizer nada.

Porque a luta não foi travada,
A revolta foi dominada,
E a garganta está amordaçada.

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