Quando há um acidente na estrada com vítimas mortais quem é que lucra com este facto e quem é que está realmente preocupado em que o mesmo nunca mais possa vir a ocorrer?
Os bombeiros são chamados ao local e tratam da limpeza dos vestígios, apesar de muitos deles já saberem há muitas décadas de quantas pessoas já morreram naquele local ...
Os guardas de trânsito (Militares ou policiais) certificam-se no local do quê, como, quando, quem e onde, como se os dados daquele 9.585.895.º acidente não tivessem sido tão semelhantes ao relatório padrão utilizado nos acidentes antecedentes, que pouco trabalho têm senão mudar apenas a matrícula, o dia, as horas, etc. daquele relatório ...
Os jornalistas vêem o local como uma oportunidade de informar a opinião pública como se já não soubessem quando consultaram os seus arquivos de que aquele local lhes era tão familiar ...
Os media servem-se do local para captar mais audiências ...
Os rebocadores são sempre chamados ao local, tendo sempre trabalho assegurado todo o ano, sem nenhum esforço ...
As ambulâncias do sistema nacional de saúde ocupa-se de recolher os mortos no local, quando deveriam estar afectadas à salvação dos que ainda têm esperança de vida ....
Os seguros livram-se de veículos em fim de vida ou depreciados pelo mercado, e como o acidente é de falha humana pretendem sempre livrar-se do pagamento das indeminizações ...
Os advogados aproveitam os factos como uma oportunidade para cobrar os seus tão elevados e nobres honorários por prestarem a defesa àqueles que sobreviveram, aos familiares destroçados e privados dos seus entes queridos, ou dos que ficaram sem membros, aleijados, paralíticos ...
Os Tribunais ganham vida com tantos processos de crimes rodoviários que se arrastam tanto tempo que quando se sabe dos respectivos Acordãos finais as pessoas a indeminizar já não existem ... Há alguns Tribunais até que se especializam em Juízos especializados em resolver litígios resultantes de tantas lacunas de que padece o Código da Estrada ...
As Ordens dos Advogados e os Sindicatos dos Oficiais de Justiça queixam-se de terem tanto trabalho com acidentes rodoviários que de resultam contra-ordenações, coimas, inibições, proibições de conduzir, quando na verdade anseiam que mais existam para justificar perante a sociedade que são tão necessários para o cumprimento da lei e de como são tão precisos para assegurar o Estado de Direito na democracia ...
Os institutos das estradas desresponsabilizam-se pelos erros de construção da estrada onde ocorreu o acidente ...
As autarquias e câmaras do município limitam-se a emitir comunicados de imprensa onde lamentam o sucedido, e a culpa nunca lhes é imputada ...
As associações de apoio às vítimas sinistradas no acidente rodoviário dizem que são as únicas que já tinham alertado as autoridades competentes (seja elas quais forem) para as condições do local e da via, aproveitando o facto para angariar mais sócios ...
A tutela do governo acaba sempre por dizer que, apesar de tudo, o número de registo de acidentes tem vindo a diminuir nos últimos 3 anos devido às campanhas de sensibilização feitas junto da opinião pública, as quais são feitas por amizades e cunhas ministeriais que se constituem como empresas de consultadoria ou marketing político ...
As escolas de condução nunca são investigadas sobre o que deram (ou não) de formação àqueles que provocaram o acidente, e quem foram os instrutores de condução e de código que lhes deram aulas práticas e teóricas ...
Os construtores das estradas nunca são interrogados sobre a forma como as construíram e as condições e todos os restantes requisitos de segurança que deveriam ter feito ...
Os arquitectos das obras rodoviárias, das vias, dos viadutos onde ocorrem acidentes nunca são chamados pelas autoridades policiais e de invetigação criminal quando se detecta que os troços têm imperfeições ou erros de concepção ...
Os serviços de funerais nunca revelam quanto é que ganham com as vítimas ...
As empresas ou o Estado apenas limitam-se a dar 5 dias úteis do tão conhecido "NOJO", não querendo importar-se sobre as condições em que ficam os familiares das vítimas, desejosos que eles voltem o mais rapidamente ao trabalho para servirem apenas de escravos dos seus procedimentos e da sua rotina produtiva ...
Os serviços oficiais de estatística contam os acidentados que correspondem aos seus modelos de contabilização imprópria, imperfeita e nada rigorosa das vítimas, que premeiam apenas o registo de apenas os elementos mínimos ...
As empresas de colocação da sinalização nunca são ouvidas pelos defeitos dos sinais estarem desligados ou terem sido roubados do local do acidente ...
Os padres anseiam ter tantas pessoas nas suas igrejas, pela cobrança do dinheiro do acto religioso, ainda que não seja pela missa do velório de alguém que já não pode ter fé em Deus ...
Nas escolas fala-se dos filhos dos vitimados, sem nunca ninguém a nível ministerial ter sequer pensado que deveria ser ali mesmo, nas escolas, que deveriam ser formadas as pessoas do futuro que iriam conduzir na estrada ...
As floristas ganham com o negócio das coroas que não terão outro destino senão irem com as vítimas para junto da Terra que as viu nascer ...
Os colegas de trabalho das vítimas fingem que choram pelas vítimas conhecidas, mas desejosos estão cada um deles pela oportunidade de promoção profissional que elas deixaram na empresa ou no Estado ...
As associações de assistência e apoio às crianças cujos pais foram vítimas do acidente anseiam por as receber, e mais ainda quando recebem o tal tão desejado subsídio do Estado para fingir que passam a ser os pais delas só até aos 18 anos ...
Não há nenhum serviço do Estado que se preocupe com o apoio psicológico e financeiro aos familiares das vítimas, essas que deveriam passar a ter uma pensão vitalícia do Estado e não alguns dos seus políticos e políticas que passam apenas um período de tempo não superior a uma década a exercer funções executivas num Banco Central ...
E tantos outros que ganham tanto com os acidentes, mas que, se formos a ver bem, não fazem nada para alterar este tipo de coisas asquerosas que vivem à custa da morte nas estradas ...
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