15 maio 2007
A Solução Inexistente.
Já alguma vez te deram uma solução para resolveres um problema mas que na realidade chegas a descobrir que não passa de uma mentira e a pessoa que te deu tal informação tinha más intenções?
Por exemplo, imagina que és uma gondoleira (em Veneza) ao qual, antes de iniciares a travessia de uma margem para a outra do rio, te é dito: "Quando lá chegares ao outro lado, não te preocupes! Procura um pontão onde possas atracar a gondôla, o qual tem uma escada que te irá permitir descarregar a mercadoria e conduzir os teus passageiros à terra firme!"
Tu, ingénua, acreditando nas instruções que te foram dadas e que pensas que constituem a solução para o teu problema de atracagem, esvaziamento da carga e retirada de pessoas, quando chegas à outra margem, de facto, encontras o porto para amarrarres a tua gondôla, mas no local descobres que a solução apresentada não corresponde à realidade.
Devemos sempre pôr em causa aquilo que nos dizem e reflectir sobre as perguntas que deveremos previamente apresentar quando nos dizem uma "solução" a fim de confirmarmos se a solução que nos é dita corresponde às nossas expectativas de chegarmos a bom porto.
A experiência da vida ensinou-me que quem nos dá uma solução, normalmente o momento em que é transmitida a respectiva informação é uma oportunidade rara para confrontarmos essa fonte com o conhecimento que ela tem da realidade.
A pessoa que dá a solução, muitas das vezes, não nos diz tudo, e omite deliberadamente uma grande parte da verdade a fim de satisfazer interesses pessoais. Em alguns casos, se não a confrontarmos com perguntas adicionais, acabamos por posteriormente cometer erros (graves) quando aplicamos a solução que nos foi dada.
Este é um jogo perigoso e pode ser experimentado em vários cenários (vida, profissão, relação, etc.).
A sensibilidade para identificar aqueles que nos pretendem dar, à primeira vista, uma solução fácil, rápida e simples de resolver um determinado problema que se transforma posteriormente num problema ainda maior quando somos confrontados com a situação para a qual inicialmente planeámos uma determinada resposta é uma arte que se aprende com o tempo e não na escola.
Alguns chamam-lhe astúcia, outros perspicácia, outros ainda que referem o bom senso, sendo que para esta última qualidade nunca soube o seu real significado.
Hoje em dia, sobrevivem aqueles que aprendem com os erros dos outros e que põem em causa tudo aquilo que lhes é ensinado quando vêem outros a aplicar incorrectamente na prática tais ensinamentos.
Deixamos sempre que outros façam aquilo que primeiramente nos era destinado a nós e se, estando presentes, verificarmos que resulta à primeira vez, então assumimos o controlo da situação.
Em algumas ocasiões, as pessoas que nos dizem umas dicas sobre contornar um problema estão a tentar que passemos pelos problemas para verem como é que o encaramos, lidamos com ele e se possível obter a verdadeira solução se o conseguimos ultrapassar, sendo que nesta última fase é que vêm ter connosco.
O segredo está em identificar o verdadeiro interesse das pessoas que nos transmitem soluções e se estas nos dizem a verdade então aí, e somente nestes casos, é que devemos depositar nelas a nossa confiança.
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